Bebê, mamãe esteve pensando ultimamente como a nossa noção, sensibilidade e resposta ao que é diferente muda durante a vida. Para você, por exemplo, tudo é diferente, novo, desperta a curiosidade e empolga. Quantas vezes você se interessa pela etiqueta da roupa, pela caixa do presente, pelos brincos grandes, pela barba do vovô?! Por vezes é você que me mostra o pássaro bonito que fica no jardim do prédio ou a joaninha do chão. Mamãe jamais notaria, porque ela acha que já sabe, então como já conhece, muitas vezes não percebe o que esta acontecendo naquele momento.

Quando a gente cresce a noção de diferente muda, já conhecemos nossa casa, familiares e amigos, então passamos a ver que tem pessoas ricas e pobres; criança e idosos; gente branca, ruiva, índia, negra; gente que gosta de frio e que ama o calor; gente que fala de um jeito esquisito e ainda tem gente que fala e a gente não entende nada, nem uma palavra se quer!

É aí que mora o perigo. O perigo de quê? De rejeitarmos o que é diferente, de pensarmos que todos têm de gostar das nossas músicas, das nossas roupas, da nossa cultura e do nosso modo de ser. Bebê, muita gente no mundo não entende isso e isso acabou causando muita tristeza, brigas e guerra. O adulto que não foi ensinado a respeitar o diferente briga por causa da religião, da política, briga por tudo. Não faça isso bebê.

Não seria bem mais bonito se continuássemos com essa curiosidade e admiração pelo novo por toda nossa vida?! Se escolhêssemos não criticar os nativos de outros países, os índios, as pessoas que moram na aldeia da África, no templo budista, no Vaticano, na ilha quase deserta? Por que não olharmos com curiosidade e tentamos descobrir o que de bonito ela nos tem a oferecer?

Bebê, fazer isso traz uma recompensa e tanto que é aprender algo novo, bonito, surpreendente a cada dia! Talvez o que você achava brega passe a ser exótico, que tem estilo; a comida que era feia pode ser deliciosa também!  Sim, bebê todo mundo tem algo de bom para oferecer, mesmo que seja um simples sorriso. O vovô sempre falava para mamãe “o que seria do amarelo se todos gostassem do vermelho?” A reposta é que o mundo seria sem graça, monótono. Bebê, que tal escolher sempre um mundo cheio de diferenças, colorido?