Esse texto não é de minha autoria, mas acho que vale compartilhar aquilo que nos identificamos, não é?
A produção desse conteúdo foi da minha colega de trabalho, Tupá Guerra, historiadora e gente boíssima :)
Eu amo um historiador!
"Das noites insones e sorrisos inesperados às culpas diárias e momentos de companheirismo, maternidade é, definitivamente, algo complexo. Começa na própria decisão de ter filhos e na responsabilidade de criar uma pessoa cidadã. Adúvida sobre ser mãe certamente assombrou (e ainda vai assombrar) muitas mulheres. A mesma dúvida que Frida Kahlo expressava em suas correspondências pessoais.
A icônica pintora mexicana abordou o tema da maternidade algumas vezes em sua arte. Para muitos, os quadros seriam apenas uma expressão da impossibilidade de Frida ter filhos, mas seus trabalhos mostram muito mais do que simplesmente um desejo de ser mãe. As questões de maternidade abordadas nos quadros também incluem a relação que Frida tinha com a própria mãe, que não a amamentou e era uma figura distante. Por exemplo, no quadro “My nana y yo”, ela retrata sua ama de leite como uma figura mascarada e distante, que nutre o bebê, mas não o acolhe.
Além das obras de arte, ao se ler as correspondências pessoais de Frida fica claro que ela tinha dúvidas sobre a maternidade. O grave acidente que ela sofreu na juventude deixou sequelas que tornavam a gravidez um projeto arriscado. Além disso, ela se perguntava se o marido, Diego Rivera, desejava mais um filho e se a maternidade não a impediria de continuar acompanhando o marido em suas viagens.
Fica claro que a Frida real vai muito além da imagem romântica da mãe abnegada, que tudo sofre por seus filhos, e da mulher que se torna incompleta por não ter filhos. Ser mãe podia ser um desejo, mas era também uma dúvida. E, como qualquer mulher, a maternidade não a definia.
Para saber mais sobre essa intensa figura que foi Frida Kahlo, convidamos todos a visitar a exposição “Diego e Frida: um sorriso no meio do caminho” que fica em exibição até o dia 29/6 no foyer do Centro Cultural TCU".
Texto de Tupá Guerra