É difícil pensar em cultura em um Brasil onde nossos maiores gestores não nos apoiam e não querem que a população tenha acesso a cultura e a educação (visto os últimos acontecimentos e os cortes nas universidades) ou um Brasil que deixa sua maior instituição científica pegar fogo. 
Mas, ainda tenho esperança! 
Trabalho no Museu do Tribunal de Contas da União (TCU) e eu não posso dizer que a Casa não se preocupa com a preservação da memória institucional. Tudo que pedimos, nós conseguimos. 

E aqui vai meu textinho sobre a organização da nossa Reserva Técnica de Couro e Mobiliário :) 

"No dia 28 de março desse ano conseguimos estruturar a Reserva Técnica de Mobiliário e Couro do Museu do TCU. Algumas pessoas podem pensar o que há de tão grandioso nisso. Mas eu não ligo. Estou extremamente orgulhosa do nosso trabalho. 
Os espaços de Reserva Técnica são verdadeiros santuários dentro de museus e são nesses locais que os objetos passam a maior parte do tempo. É imprescindível que a área destinada a Reserva seja planejada, organizada, monitorada e mantida a partir dos princípios da Conservação Preventiva. 
É muito comum que esses espaços sejam vistos pelas instituições responsáveis como depósitos. Reserva Técnica NÃO é depósito. Existem critérios de seleção e funções bem definidas para favorecer o estudo e a difusão dos bens culturais, a partir da acessibilidade, consulta, preservação e segurança, respeitando as caracteristicas naturais de cada objeto. Estudando cada tipologia de objeto é possível compreender a especificidade e necessidade de cada material. 
A ideia inicial para essa Reserva em questão, era trocar os pallets de madeira para que esses pudessem ser substituídos por materiais inertes ou que reagissem menos com o acervo de natureza orgânica. O ideal seriam armários de aço planejados para o espaço, entretanto, pensando no barateamento do material e buscando novas alternativas, decidiu-se a utilização de pallets de plástico polietileno. Os Pallets  adquiridos são certificados pelas normas da ABNT, de fácil higienização e totalmente imunes a fungos e pragas.

A aquisição desse material representa para nós, uma possibilidade de planejar espaços cada vez mais estruturados para a guarda de acervo, visando preservar e garantir a integridade física dos objetos e das coleções, de forma satisfatória. 
Então, posso romantizar tudo isso ou ser uma bobona apaixonada, mas eu fico emocionada de acompanhar e fazer parte de um trabalho tão sério como esse. Ofício este que muitas vezes é silenciado e não valorizado dentro da nossa sociedade".

 

 

 

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