Vitor hoje queria te contar algo de diferente que mamãe faz. Desde o começo deste ano, todas as pessoas que vem na minha casa me visitar eu peço para elas colocarem suas músicas para tocar.
O que começou como uma brincadeira boba, passou a ter um significado bem mais profundo.
As pessoas colocam as suas músicas preferidas. De forma geral, as letras, melodias, e rítimos são alegres por refletirem o estado de espirito delas naquele momento. Então é ali que a magia acontece. Cria-se uma conexão entre nós. É a curiosidade sobre o outro ser humano que nos liga? É a troca de letras que refletem os valores, a história daquele indíviduo?
Fonte: https://pngtree.com/freebackground/youth-background_122002.html
Não sei dizer ao certo. Só sei que é surpreendente a quantidade de experiências de vida que ouvi. Histórias baseadas nos sons, nos rítimos, na melodia que cada um ouvia em cada espaço, seja numa viagem no Brasil ou no exterior. Tinha música da nossa cidade, da periferia. Sons variados em suas culturas, emoções.
Então, como se nossa casa passasse a ser um portal para outra dimensão, a troca acontece. Nossa conversa cria uma nova letra, compomos juntos uma nova identidade. E, então, por meio da música, dos sons, consigo olhar o outro, como se fosse possível ver sua alma, ver o invisível. Histórias de amor, amizade ou superação. Ouvir os sons das pessoas é ouvir também a fala que vem de dentro delas, mas dessa vez com rítimo.
E assim, quando as pessoas se vão, eu me beneficio das suas constantes presenças, ali representadas por seus sons, suas historias, nossas historias em comum, por suas almas ainda presentes.